Como plantar pimentas em casa: 8 passos simples e práticos

Revelaremos os segredos de um cultivo caseiro de sucesso, com um passo a passo completo em oito etapas essenciais, que abordarão desde a escolha das sementes ideais e o preparo adequado do solo até os cuidados com a colheita e o melhor aproveitamento dos frutos.

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Cultivar suas próprias pimentas em casa pode se tornar uma experiência prazerosa e saborosa. Além de garantir ingredientes frescos e orgânicos sempre à mão, você descobrirá um universo de aromas, cores e níveis de picância que podem transformar completamente a sua cozinha.

Se você deseja aproveitar todos esses benefícios e tornar o cultivo de pimentas parte da sua rotina, este guia foi feito para você. Ao longo deste artigo, revelaremos os segredos de um cultivo caseiro de sucesso, com um passo a passo completo em oito etapas essenciais, que abordarão desde a escolha das sementes ideais e o preparo adequado do solo até os cuidados com a colheita e o melhor aproveitamento dos frutos.

Também vamos explorar as variedades de pimentas mais conhecidas, seus cuidados específicos e como cada uma pode trazer mais sabor, cor e personalidade ao seu dia a dia.

Por que cultivar pimentas em casa?

Antes de detalharmos as técnicas de como plantar pimentas, é fundamental entender as vantagens dessa prática. Cultivar suas próprias pimentas vai além de ter um ingrediente fresco; é conectar-se com o alimento, aprender sobre a natureza e sentir a satisfação de colher o que você nutriu.

Ao aprender como plantar pimentas em casa, você controla todo o processo, permitindo optar por métodos orgânicos, evitando pesticidas e fertilizantes químicos comuns em cultivos comerciais.

Suas pimentas serão mais frescas, indo direto da planta para a mesa, e também mais saudáveis. O sabor e aroma de uma pimenta recém-colhida são, geralmente, muito mais intensos.

Variedade de sabores, aromas e ardências ao seu alcance

O mundo das pimentas é incrivelmente diverso, pois existem milhares de tipos, cada um com seu perfil único de sabor (doce, frutado, cítrico, defumado) e diferentes níveis de ardência ou picância, medidos pela Escala Scoville.

Desde as suaves biquinho e pimentões, passando pelas moderadas jalapeño e dedo-de-moça, até as extremas como habanero ou Carolina Reaper, o cultivo caseiro permite experimentar e escolher suas favoritas. Com toda certeza sua cozinha ficará mais perfumada independente de quais pimentas você escolher cultivar.

Cultivar diferentes tipos de pimenta em casa pode enriquecer a sua a culinária com excelentes aromas. Como plantar pimentas.
Cultivar diferentes tipos de pimenta em casa pode enriquecer a sua a culinária com excelentes aromas.

As pimentas cultivadas em casa podem servir como elemento decorativo

As pimenteiras não são apenas fontes de alimento; são também incrivelmente ornamentais. Com variados formatos, tamanhos e cores de folhas e frutos (verde, amarelo, laranja, vermelho, roxo e até preto) elas adicionam beleza e vivacidade a qualquer espaço.

Algumas variedades são cultivadas especificamente por seu apelo estético. Portanto, ao aprender como plantar pimentas, você investe não apenas em sabor, mas também na decoração natural do ambiente.

Desvendando o universo das pimentas: conheça as mais famosas e suas características únicas

Para quem deseja se aprofundar na arte de plantar pimentas em casa, conhecer as particularidades das diferentes variedades é crucial. O universo das pimentas é vasto, oferecendo um espectro impressionante de sabores, formas, cores, tamanhos e níveis de ardência. Cada tipo tem suas exigências de cultivo e características únicas na cozinha.

Entendendo a ardência das pimentas

Antes de escolhermos quais pimentas vão colorir nossa horta, é bem útil saber o que define o quão “ardida” uma pimenta pode ser. Existe uma forma de medir essa picância, e ela se chama Escala Scoville.

Essa escala foi criada em 1912 por um farmacêutico chamado Wilbur Scoville. Basicamente, ela mede a quantidade de “capsaicinoides” presentes na pimenta. Os capsaicinoides são as substâncias naturais que dão aquela sensação de calor e ardência que sentimos na boca.

A medida usada são as “Unidades de Calor Scoville”, ou SHU (do inglês, Scoville Heat Units). De forma simplificada, o número de SHU nos diz o quanto o extrato da pimenta precisaria ser diluído em água com açúcar até que a gente não conseguisse mais perceber a ardência. Por exemplo, um pimentão comum não tem ardência nenhuma, então ele marca 0 SHU. Já uma pimenta como a Habanero, que é bem potente, pode variar entre 100.000 a 350.000 SHU. Isso significa que ela é muito concentrada em capsaicinoides. Confira a tabela a seguir:

Ilustração da Escala Scoville, demonstrando o nível de ardência de algumas pimentas bastante conhecidas.
Ilustração da Escala Scoville, demonstrando o nível de ardência de algumas pimentas bastante conhecidas.

Conhecer um pouco sobre a Escala Scoville é uma mão na roda quando estamos aprendendo como plantar pimentas, pois nos ajuda a selecionar as variedades que mais se encaixam no nosso gosto pessoal e no tipo de pratos que queremos preparar.

Pimentas suaves e aromáticas

Para quem está começando ou prefere sabores sutis, as variedades suaves são a porta de entrada perfeita. Elas focam mais no aroma e sabor do que na picância, sendo excelentes para incrementar delicadamente diversos pratos.

Pimenta Biquinho

A pimenta biquinho (capsicum chinense) é uma joia brasileira, amada pela ausência quase total de ardência e sabor levemente adocicado.

  • Características principais: os são frutos pequenos e em formato de gota ou bico, amadurecem de verde para vermelho vivo ou amarelo. O grau de ardência é mínima (0-1.000 SHU). Possui uma textura crocante e com sabor delicadamente adocicado;
  • Melhores aplicações culinárias: pode ser consumida fresca em saladas, aperitivo em conservas, patês, geleias ou finalizando em pratos. Sua versatilidade é um atrativo para quem pretende aprender sobre como plantar pimentas;
  • Cuidados específicos: planta rústica e produtiva. Aprecia sol pleno, solo bem drenado e regas regulares. Adapta-se bem a vasos, ótima para quem tem pouco espaço.
A pimenta biquinho, além de linda, é um deleite suave para o paladar, perfeita para quem está começando a cultivar pimentas em casa.
A pimenta biquinho, além de linda, é um deleite suave para o paladar, perfeita para quem está começando a cultivar pimentas em casa.

Pimenta Doce Italiana (Pimentão)

Conhecidos como pimentões (capsicum annuum), são os mais consumidos no mundo inteiro, e praticamente não possuem nenhuma ardência.

  • Características principais: apresenta aspecto grande, paredes grossas e cores vibrantes (verde, vermelho, amarelo, laranja, roxo). Os pimentões de cor verde costumam ter um sabor mais presente; maduros são mais doces;
  • Melhores aplicações culinárias: são excelentes fontes de vitaminas C e A, além de antioxidantes. Incorporá-los na dieta pode levantar o sabor dos pratos que você geralmente prepara no dia a dia;
  • Dicas de cultivo: exigem solo fértil, rico em matéria orgânica, e bastante sol (mínimo 6 horas). Paciência é chave para obter pimentões coloridos e doces.
Pimentões coloridos e saudáveis são resultado de um bom manejo no cultivo de pimentas em casa.
Pimentões coloridos e saudáveis são resultado de um bom manejo no cultivo de pimentas em casa.

Pimentas de ardência moderada

Para quem aprecia um toque picante sem exageros, estas pimentas oferecem o equilíbrio ideal. Elas levantam o sabor de uma boa gama de pratos e são fundamentais para quem deseja explorar uma outra nuance de como plantar pimentas em casa.

Pimenta Jalapeño

A Jalapeño (capsicum annuum) é uma das mais populares do mundo, especialmente na culinária texana e mexicana.

  • Características principais: é originária de Xalapa, México. Seus frutos são cônicos e amadurecem de verde para vermelho. Seca e defumada, é o chipotle. Possui ardência moderada (2.500-8.000 SHU);
  • Melhores aplicações culinárias: ideal para ser consumida fresca em salsas, guacamole, recheada (jalapeño poppers) ou posta em conservas e molhos;
  • Dicas de cultivo: prospera em climas quentes e ensolarados. Exige um solo bem drenado e ligeiramente ácido. A colheita regular estimula mais ainda a produção dos frutos.
A pimenta Jalapeño é literalmente um toque da culinária mexicana florescendo na sua casa. Com sua ardência moderada é ideal para receitas de sabor intenso.
A pimenta Jalapeño é literalmente um toque da culinária mexicana florescendo na sua casa. Com sua ardência moderada é ideal para receitas de sabor intenso.

Pimenta dedo-de-moça

A pimenta dedo-de-moça (capsicum baccatum) é muito consumida no Brasil, conhecida pela ardência equilibrada.

  • Características principais: denota frutos alongados, curvos, que amadurecem de verde para vermelho intenso. Possui uma ardência mediana (5.000-15.000 SHU);
  • Melhores aplicações culinárias: tempera feijoadas, moquecas, carnes. É excelente para molhos, conservas e geleias;
  • Dicas de cultivo: prefere climas quentes e úmidos e com boa drenagem. Necessita de boa luminosidade e uma adubação equilibrada.
A pimenta Dedo-de-Moça representa o sabor brasileiro crescendo na cozinha.
A pimenta dedo-de-moça representa o sabor brasileiro se fazendo presente na cozinha.

Pimenta Serrano

A Serrano (capsicum annuum) é similar à jalapeño, porém com aparência menor, mais fina e mais ardida.

  • Características principais: possui frutos cilíndricos e amadurecem para vermelho, laranja, amarelo ou marrom. A textura é crocante e o sabor limpo e picante (10.000-25.000 SHU);
  • Melhores aplicações culinárias: ideal para salsas frescas (pico de gallo), molhos e guacamoles;
  • Dicas de cultivo: são relativamente adaptáveis, mas preferem o calor. Em climas frios, podem precisar de proteção. São consideradas plantas produtivas.
Os frutos delgados e brilhantes da pimenta serrano apresentam diferentes estágios de maturação, com cores que variam do verde ao vermelho e laranja.
Os frutos delgados e brilhantes da pimenta serrano apresentam diferentes estágios de maturação, com cores que variam do verde ao vermelho e laranja.

Pimentas ardidas

Para quem anseia por uma explosão de calor, as pimentas ardidas são o objetivo. Se você gosta de desafios, aprender como plantar pimentas destas categoria pode ser uma alternativa interessante.

Pimenta Malagueta

A Malagueta (capsicum frutescens) também é um ícone da culinária brasileira e africana, pois é famosa pela ardência penetrante.

  • Características principais: possui frutos pequenos, afilados, que crescem eretos e amadurecem para vermelho vivo. Ardência alta (50.000-100.000 SHU);
  • Melhores aplicações culinárias: quase sempre indispensável em pratos regionais brasileiros como vatapá e acarajé, além de molhos, conservas e azeites aromatizados;
  • Dicas de cultivo: prefere clima tropical, sempre muito sol e umidade. Exige um solo bem drenado e rico em matéria orgânica.
A pimenta malagueta é uma escolha popular para quem busca um calor marcante sem ser excessivamente extremo para paladares acostumados.
A pimenta malagueta é uma escolha popular para quem busca um calor marcante sem ser excessivamente extremo.

Pimenta habanero

Originária da Amazônia, popularizada em Yucatán, a Habanero (capsicum chinense) é conhecida pela ardência potente e sabor frutado cítrico.

  • Características principais: os frutos possuem formato de lanterna/sino, suas cores variam entre laranja, vermelho e amarelo. O grau de ardência é muito alto (100.000-350.000+ SHU). O interessante é que seu aroma agrega notas de damasco;
  • Cuidados no manuseio e dicas culinárias: é importante manuseá-la com luvas e evitar contato com olhos e pele. A pimenta é excelente para molhos extremos e marinadas;
  • Dicas de cultivo: exigem estações longas e quentes. A germinação desta pimenta pode ser lenta e o solo estando consistentemente úmido por mais tempo pode garantir uma boa fertilidade.
A pimenta habanero oferece sabor frutado e ardência intensa.
A pimenta habanero oferece sabor frutado e ardência intensa.

Pimenta Caiena

A Caiena (capsicum annuum) é longa e fina, usada fresca ou, mais comumente, seca e moída.

  • Características principais: os frutos tem formatos delgados e afinam na ponta. Amadurecem para vermelho intenso. Ardência é considerada alta (30.000-50.000 SHU);
  • Dicas culinárias: Ela é perfeita para adicionar calor a uma infinidade de pratos salgados, desde ovos mexidos, sopas e até carnes, aves e frutos do mar;
  • Dicas de cultivo: são relativamente fáceis de cultivar e se desenvolvem bem com sol pleno e solo drenado.
A pimenta Caiena é uma variedade mundialmente conhecida e apreciada, especialmente por sua capacidade de adicionar um calor significativo e um sabor sutilmente picante aos pratos.
A pimenta Caiena é uma variedade mundialmente conhecida e apreciada, especialmente por sua capacidade de adicionar um calor significativo e um sabor sutilmente picante aos pratos.

Pimentas super ardidas (extremas)

Aos mais corajosos, no topo da Escala Scoville estão as pimentas super ardidas. Seu cultivo é destinado as pessoas que já estão acostumadas a consumir pimentas fortes. O manuseio destas pimentas exigem extremo cuidado.

Pimenta bhut jolokia (Ghost Pepper)

Originária da Índia, a Bhut Jolokia (capsicum chinense x Capsicum frutescens) ultrapassou 1 milhão de SHU na Escala Scoville.

  • Características principais: os seus frutos são alongados e a casca geralmente é enrugada com aparência vermelha. O grau de ardência varia de 800.000 a 1.000.000 SHU na Escala Scoville. Possui um sabor frutado e quente;
  • Dicas culinárias: devido à sua potência extrema, deve ser usada com a máxima parcimônia, sendo mais comum em molhos ultra picantes, para infundir óleos ou transformada em pó para temperar pratos que pedem um calor vulcânico;
  • Dicas de cultivo e precauções: manuseio exige cuidados, é recomendável usar luvas e óculos de proteção. Para o cultivo, ela demanda uma estação de crescimento longa e quente, com temperaturas consistentemente elevadas e bastante sol, além de um solo fértil e bem drenado.
Bhut Jolokia ou Ghost Pepper, é uma das pimentas mais ardidas do mundo, originária da Índia. É a escolha para quem busca a máxima intensidade em ardência.
Bhut Jolokia ou Ghost Pepper, é uma das pimentas mais ardidas do mundo, originária da Índia. É a escolha para quem busca a máxima intensidade em ardência.

Pimenta trinidad scorpion

Esta pimenta (capsicum chinense) é conhecida pela forma de ferrão e ardência brutal.

  • Características principais: os frutos são enrugados e podem apresentar uma “cauda”. A ardência é potente, podendo ultrapassar 1.200.000 SHU, algumas perto de 2.000.000 SHU;
  • Dicas culinárias: seu uso é restrito aos mais aventureiros e para quem busca calor extremo; uma fração minúscula pode incendiar um prato inteiro, sendo mais comum em molhos super picantes de pequena dosagem ou em desafios. Relatos indicam um sabor frutado inicial, rapidamente sobrepujado por uma onda de calor avassaladora;
  • Dicas de cultivo e precauções: necessita de excelente ventilação, pois seus óleos podem causar queimaduras na pele e irritação severa nas vias respiratórias, portanto, recomenda-se o uso de luvas e óculos de proteção em seu manuseio. Quanto ao cultivo, é uma variedade desafiadora, necessitando de uma estação de crescimento muito longa, com calor e umidade consistentes e elevados.
A temível Trinidad Scorpion é uma pimenta que ostenta não apenas um nome intimidador, mas uma ardência que a coloca entre as mais potentes do mundo.
A temível Trinidad Scorpion é uma pimenta que ostenta não apenas um nome intimidador, mas uma ardência que a coloca entre as mais potentes do mundo.

Pimenta Carolina Reaper (a mais ardida do mundo)

A Carolina Reaper detém o título de pimenta mais ardida do mundo, resultado do cruzamento entre uma Habanero e uma Naga Bhut Jolokia, desenvolvida na Carolina do Sul, EUA.

  • Características principais: seus frutos possuem uma forma distintiva, geralmente com uma superfície nodosa e uma cauda pontiaguda bem pronunciada. A cor predominante quando madura é um vermelho intenso, mas pode apresentar variações. Sua ardência média registrada ultrapassa 1.6 milhão de Unidades Scoville (SHU), com picos que podem exceder 2.2 milhões, proporcionando uma experiência de calor extremo e complexa, frequentemente descrita como frutado e doce antes da explosão de picância avassaladora.
  • Dicas culinárias: devido à sua potência, é utilizada com extrema cautela, sendo mais comum em desafios alimentares, na produção de extratos e molhos ultra picantes para apreciadores de calor extremo; uma quantidade mínima é capaz de adicionar uma intensidade significativa a qualquer prato;
  • Dica de cultivo: o uso de luvas de proteção, óculos e, em alguns casos, máscara, é essencial para evitar queimaduras e irritações na pele e mucosas. Também exige uma longa estação de crescimento com muito calor e alta umidade. As sementes podem ter uma germinação lenta, e as plantas se beneficiam de solo rico e bem drenado.
A Carolina Reaper é uma pimenta que redefine o conceito de "ardido". Desenvolvida nos Estados Unidos, é mundialmente famosa por sua potência avassaladora.
A Carolina Reaper é uma pimenta que redefine o conceito de “ardido”. Desenvolvida nos Estados Unidos, é mundialmente famosa por sua potência avassaladora.

Como plantar pimentas com sucesso em 10 etapas essenciais

Tendo explorado um pouco o vasto e ardente universo das pimentas, é chegado o momento de nos dedicarmos à aplicação prática do processo de cultivo através de oito etapas fundamentais. Observar atentamente a cada uma destas etapas aumentará consideravelmente suas chances de êxito ao cultivar suas pimentas em casa.

Passo 1: escolhendo as sementes ou mudas de pimenta ideais

A primeira etapa crucial em nossa jornada sobre como plantar pimentas, reside na criteriosa seleção do material genético. Seja optando por sementes, que oferecem um vasto leque de variedades, ou por mudas já em desenvolvimento, que podem acelerar o processo, a qualidade do material escolhido é fundamental para alcançar resultados verdadeiramente satisfatórios.

Sementes ou mudas? Prós e contras para cada escolha

A decisão entre começar com sementes ou mudas depende do seu tempo disponível. Plantar pimentas a partir de sementes oferece uma maior variedade de tipos para escolher, sendo geralmente a alternativa mais econômica, exigindo mais tempo e cuidado na fase inicial de germinação e desenvolvimento da planta.

Por outro lado, comprar mudas prontas economiza tempo, pois a planta já ultrapassou a fase de germinação. Porém, número de variedades disponíveis costuma ser mais limitado e o custo inicial é mais alto.

Onde comprar sementes de qualidade e mudas saudáveis?

Sementes de pimenta com boa qualidade podem ser adquiridas em lojas de jardinagem, casas agrícolas, viveiros especializados ou de produtores de sementes (inclusive online) com boa reputação. Verifique sempre a data de validade das sementes e procure por fornecedores que ofereçam informações detalhadas sobre a variedade de pimenta escolhida.

Mudas saudáveis devem ter folhas verdes e vigorosas, sem sinais de pragas ou doenças, e um sistema radicular bem formado. Evite mudas com caules finos e alongados (debilitados) ou com folhas amareladas.

Selecionando variedades adaptadas ao seu clima e espaço

Compreender as necessidades climáticas específicas de cada variedade de pimenta é um passo decisivo para o sucesso do seu cultivo. Algumas particularidades devem ser observadas para otimizar o desenvolvimento de cada planta. Abaixo, é detalhado o clima ideal para as pimentas abordadas neste guia:

Pimenta Biquinho
  • Clima ideal: aprecia sol pleno e climas quentes e úmidos, típicos de regiões tropicais e subtropicais. Desenvolve-se melhor com uma estação de crescimento longa, onde as temperaturas se mantêm acima de 20 °C. A umidade relativa do ar elevada favorece a produção e o sabor suave e adocicado característico;
  • Cultivo e raízes: e uma excelente opção para cultivo em vasos devido ao seu porte geralmente compacto e arbustivo. Suas raízes se adaptam bem a recipientes de tamanho médio (a partir de 5-7 litros), permitindo que mesmo quem tem pouco espaço possa desfrutar de seus charmosos frutos. Vasos maiores (10-12 litros) podem resultar em plantas ainda mais produtivas.
Pimentão
  • Clima ideal: prefere temperaturas amenas a moderadamente quentes, entre 18 °C e 30 °C. Requer sol direto por pelo menos 6 horas diárias para garantir o desenvolvimento adequado e a coloração dos frutos;
  • Cultivo e raízes: por ser uma planta de porte relativamente maior e que produz frutos pesados, exige vasos mais robustos e de maior volume (mínimo de 15-20 litros por planta). Suas raízes são vigorosas e precisam de espaço para se desenvolver plenamente e sustentar a produção. Tutoramento pode ser necessário para suportar o peso dos frutos.
Jalapeño
  • Clima ideal: apresenta crescimento vigoroso em climas quentes, com alta incidência solar. Embora seja resistente, seu potencial produtivo e o nível de picância aumentam significativamente quando cultivada em temperaturas diurnas entre 25 °C e 35 °C, com boa ventilação e umidade moderada;
  • Cultivo e raízes: adapta-se muito bem ao cultivo em vasos de tamanho médio (10-15 litros são ideais). Possui raízes que se desenvolvem bem em confinamento, desde que o vaso ofereça boa drenagem e volume suficiente para a nutrição da planta.
Dedo-de-Moça
  • Clima ideal: desenvolve-se bem em climas quentes e úmidos, com exposição solar plena. É uma variedade adaptável, capaz de tolerar noites ligeiramente frescas, desde que o calor durante o dia seja constante. Temperaturas médias entre 22 °C e 32 °C favorecem seu desempenho e a qualidade dos frutos;
  • Cultivo e raízes: podem atingir um porte considerável, com um sistema radicular expansivo. Para cultivo em vasos, recomenda-se recipientes maiores (a partir de 15-20 litros) para acomodar bem as raízes e permitir que a planta expresse seu potencial produtivo. Suporte ou tutoramento podem ser úteis.
Serrano
  • Clima ideal: similar à Jalapeño, a pimenta Serrano prefere climas quentes e sol pleno. Embora tolere variações, seu desenvolvimento ideal ocorre entre 24 °C e 34 °C, com boa ventilação e solo bem drenado. Altas temperaturas favorecem a formação de frutos e intensificam sua ardência;
  • Cultivo e raízes: é uma boa candidata para vasos, geralmente de porte um pouco mais compacto que algumas Jalapeños. Tamanhos entre de 7-12 litros podem ser suficientes, embora vasos maiores sempre permitam um desenvolvimento mais robusto. Suas raízes crescem bem em espaços confinados.
Malagueta
  • Clima ideal: altamente adaptada a climas tropicais e subtropicais, a Malagueta prospera sob sol pleno, com temperaturas acima de 25 °C e alta umidade relativa do ar. É resistente e se desenvolve bem mesmo em ambientes mais exigentes, desde que haja calor e luminosidade constantes;
  • Cultivo e raízes: a malagueta pode se tornar um pequeno arbusto e se beneficia de vasos com bom volume (10-15 litros ou mais) para desenvolver suas raízes e sustentar uma produção contínua.
Habanero
  • Clima ideal: requer uma estação de crescimento longa, com calor e umidade constantes. Idealmente cultivada em temperaturas entre 28 °C e 35 °C, prefere ambientes tropicais, onde pode formar frutos altamente aromáticos e de ardência intensa. É sensível a mudanças bruscas de temperatura e ao frio;
  • Cultivo e raízes: podem se tornar plantas arbustivas com um certo tamanho. Para um bom desenvolvimento e produção em vasos, recomenda-se recipientes de volume considerável (mínimo de 15-20 litros). Sua raízes precisam de espaço para se espalhar e garantir a absorção de nutrientes para uma colheita farta.
Caiena
  • Clima ideal: desempenha-se melhor em climas quentes e sob exposição solar direta. É uma pimenta versátil e amplamente cultivada em regiões com temperaturas entre 24 °C e 32 °C, demonstrando boa adaptação, desde que receba calor consistente ao longo de seu ciclo;
  • Cultivo e raízes: vasos de 10-15 litros são geralmente adequados, permitindo um bom desenvolvimento das raízes e produção de seus frutos longos e finos.
Bhut Jolokia (Ghost Pepper)
  • Clima ideal: por ser uma das pimentas mais ardidas do mundo, exige temperaturas elevadas e alta umidade, com mínimo de 30 °C durante o dia. Necessita de uma estação de crescimento longa, sem variações bruscas, e prefere condições tropicais úmidas, com boa circulação de ar para evitar doenças fúngicas;
  • Cultivo e raízes: sendo uma planta vigorosa e que pode atingir um porte grande, a Bhut Jolokia necessita de vasos de grande volume (20-30 litros ou mais) para que suas raízes tenham espaço suficiente para se desenvolver e sustentar a planta e sua intensa produção. Tutoramento pode ser necessário para suportar o peso dos frutos.
Trinidad Scorpion
  • Clima ideal: também de ardência extrema, essa variedade precisa de calor intenso e umidade elevada durante todo o seu ciclo. Temperaturas ideais variam de 28 °C a 35 °C, com boa exposição ao sol e proteção contra ventos fortes. Uma estação longa e estável é essencial para seu desenvolvimento completo;
  • Cultivo e raízes: exige vasos grandes, similares aos da Bhut Jolokia (20-30 litros ou mais), para acomodar suas raízes robustas e permitir que a planta atinja um tamanho que suporte uma boa colheita de seus frutos potentes.
Carolina Reaper
  • Clima ideal: apesar de ter sido desenvolvida na Carolina do Sul (EUA), um clima subtropical, ela expressa todo seu potencial em ambientes tropicais, com calor constante e alta umidade. O ideal são temperaturas acima de 30 °C e um ciclo livre de variações climáticas bruscas. Precisa de sol pleno e cultivo cuidadoso para alcançar máxima ardência.
  • Cultivo e raízes: assim como suas congêneres super ardidas, a Carolina Reaper é uma planta de grande porte e vigor, demandando vasos de grande capacidade (mínimo de 25-30 litros) para um desenvolvimento adequado das raízes e para sustentar uma produção expressiva de seus frutos.

Ao finalizar a seleção de suas variedades, é igualmente fundamental ponderar sobre o espaço físico disponível para o cultivo. Enquanto algumas pimenteiras podem se tornar arbustos consideráveis, necessitando de mais área para se desenvolverem plenamente, outras possuem um porte naturalmente mais compacto, tornando-se excelentes opções para cultivo em vasos e jardineiras.

Passo 2: preparando o solo perfeito para suas pimenteiras

A segunda etapa fundamental do processo de como plantar pimentas consiste na meticulosa preparação do substrato ou solo que acolherá suas plantas. Este é, literalmente, o alicerce do seu cultivo, e um solo bem estruturado, com as características adequadas de drenagem e riqueza nutricional, é indispensável para que as raízes cresçam de forma saudável e, consequentemente, as plantas se tornem fortes e produtivas.

A Importância de um solo bem drenado e rico em nutrientes

As pimenteiras são particularmente sensíveis ao encharcamento do solo. Raízes que ficam constantemente úmidas são propensas ao apodrecimento e a doenças fúngicas. Portanto, a drenagem é um fator crítico. Além disso, um solo rico em matéria orgânica e nutrientes equilibrados promoverá um crescimento vigoroso e uma boa produção de frutos. Investir tempo e dedicação na preparação do solo é um dos segredos de como plantar pimentas com sucesso.

O segredo para uma pimenteira  produtiva em vaso começa com um solo bem drenado e rico em nutrientes. Como plantar pimentas.
O segredo para uma pimenteira produtiva em vaso começa com um solo bem drenado e rico em nutrientes.

Testando o PH do solo: qual o ideal para pimentas?

As pimentas geralmente preferem um solo ligeiramente ácido a neutro, com um PH ideal entre 6,0 e 7,0 (algumas fontes citam 5,5 a 7,0). Você pode testar o pH do seu solo com alguns aparelhos vendidos no varejo.

Se o solo estiver muito ácido, pode ser corrigido com calcário dolomítico. Se estiver muito alcalino, a adição de enxofre ou matéria orgânica ácida (como turfa) pode ajudar. Dominar o manejo do PH é, sem dúvida, um diferencial significativo para quem deseja ter sucesso e colheitas abundantes ao aprender como plantar pimentas.

Compostos orgânicos essenciais

A adição de matéria orgânica é a melhor maneira de aprimorar a estrutura e a fertilidade do solo. Esses componentes são importantes aliados no processo de como plantar pimentas. Húmus de minhoca é um excelente condicionador de solo, rico em nutrientes e microrganismos benéficos.

Esterco de curral bem curtido (gado, aves, equinos) também é uma excelente fonte de nutrientes, mas deve estar completamente decomposto para não “queimar” as raízes das plantas. Composto orgânico caseiro, feito a partir de restos de vegetais e folhas, também é uma opção sustentável e eficaz.

Substrato ideal para vasos: receitas e opções prontas

Um bom substrato é crucial para que as pimentas possam crescer em recipientes de forma eficiente. Para vasos, você pode comprar substratos prontos específicos para hortaliças ou preparar sua própria mistura.

Uma boa receita caseira pode incluir:

  • 1 parte de terra vegetal de boa qualidade;
  • 1 parte de composto orgânico (húmus de minhoca ou composto caseiro);
  • 1 parte de material para aeração e drenagem (como perlita, vermiculita ou areia grossa).

Evite usar apenas terra do jardim em vasos, pois ela pode compactar e prejudicar a drenagem e a aeração.

Passo 3: germinação das sementes de pimenta

Iniciar o cultivo de pimentas a partir de sementes é um processo recompensador, e a seleção do método de germinação apropriado pode ser um fator determinante para o sucesso inicial e o vigor das suas futuras plantas.

Existem diversas técnicas consagradas e eficazes, cada uma apresentando particularidades, vantagens e considerações específicas. Compreender essas opções permitirá que você escolha a abordagem mais alinhada às suas condições de cultivo, ao tipo de pimenta selecionada e ao seu nível de experiência. Vamos explorar os métodos mais comuns e suas nuances:

Método do papel toalha

Este é um método bastante popular entre cultivadores, especialmente para sementes de variedades mais raras ou com menor taxa de germinação, pois permite um acompanhamento visual próximo.

  • Procedimento: consiste em dispor as sementes de pimenta sobre uma folha de papel toalha (alguns preferem algodão ou filtro de café, pela menor aderência das raízes) previamente umedecida com água pura. Evite encharcar o papel, devendo estar apenas úmido. Cubra as sementes com outra folha de papel toalha igualmente umedecida. Este “sanduíche” de sementes é então cuidadosamente colocado dentro de um saco plástico com fecho hermético (tipo zip-lock) ou um recipiente plástico transparente com tampa;
  • Vantagens: a principal vantagem é a capacidade de observar diretamente o processo de germinação, identificando com precisão quais sementes iniciaram o brotamento (emissão de raízes);
  • Cuidados essenciais: o ponto crítico deste método é a necessidade de transplantar as delicadas plantas para um substrato nutritivo assim que a primeira raiz emerge e atinge alguns milímetros. Este transplante deve ser realizado com extremo cuidado e delicadeza, utilizando uma pinça ou as pontas dos dedos, para não danificar a frágil raiz, o que poderia comprometer o desenvolvimento futuro da muda.

Células de germinação ou sementeiras

A utilização de células de germinação individuais que podem ser pequenos copinhos de plástico, turfa prensada, bandejas com múltiplas cavidades ou sementeiras específicas preenchidas com um substrato leve e esterilizado, é uma técnica amplamente recomendada e muito prática.

  • Procedimento: as sementes são semeadas individualmente em cada célula ou espaço da sementeira, a uma profundidade rasa, geralmente entre 0,5 a 1 cm, em um substrato de boa qualidade, específico para produção de mudas. Após a semeadura, o substrato deve ser gentilmente umedecido e a sementeira coberta (com uma tampa plástica transparente ou filme plástico) para manter a umidade e o calor;
  • Vantagens: esta abordagem facilita enormemente o processo de transplante. Quando a muda atinge o tamanho adequado, ela pode ser removida da célula com seu torrão de raízes completamente intacto. Isso minimiza drasticamente o estresse do transplante, permitindo uma adaptação mais rápida e eficiente ao novo ambiente (vaso maior ou canteiro);
  • Cuidados essenciais: requer a aquisição de recipientes adequados e um substrato de qualidade. Um dos principais cuidados é evitar o excesso de umidade no substrato, que pode levar ao desenvolvimento de fungos e ao problema conhecido como “damping-off” ou tombamento de mudas, que afeta a base do caule das plântulas. Garanta boa ventilação assim que as sementes germinarem.
O terceiro passo na jornada de cultivar suas próprias pimentas é a germinação das sementes. A recompensa de ver esses pequenos sinais de vida emergindo do solo é o início promissor de uma colheita de sucesso.
O terceiro passo na jornada de cultivar suas próprias pimentas é a germinação das sementes. A recompensa de ver esses pequenos sinais de vida emergindo do solo é o início promissor de uma colheita de sucesso.

Semeadura direta no local definitivo

Este método consiste em plantar as sementes de pimenta diretamente no vaso final onde a planta adulta se desenvolverá na sua casa.

  • Procedimento: as sementes são depositadas no solo ou substrato já preparado para o cultivo da planta adulta, respeitando a profundidade (0,5 a 1 cm) e o espaçamento recomendados para a variedade específica. A área semeada deve ser mantida úmida até a germinação;
  • Vantagens: a principal vantagem é a eliminação total da etapa de transplante, o que anula qualquer risco de estresse ou danos às raízes que podem ocorrer durante esse processo. É o método mais direto e simples em termos de manejo inicial;
  • Cuidados essenciais: esta técnica é considerada mais arriscada em termos de taxa de germinação efetiva e sobrevivência inicial das plântulas.

A escolha do método de germinação ideal para o seu cultivo de pimentas dependerá de uma análise das suas preferências pessoais, dos recursos e do tempo que você tem disponível, bem como das exigências específicas das variedades de pimenta que você pretende cultivar.

Tempo médio de germinação por variedade

O tempo de germinação pode variar consideravelmente dependendo da variedade da pimenta, da idade e qualidade das sementes e das condições ambientais. Pimentas como Jalapeño, Serrano e Caiena geralmente germinam mais rápido, entre 7 e 14 dias. Já as pimentas Habanero, Bhut Jolokia e Carolina Reaper são notoriamente mais lentas, podendo levar de 14 a 28 dias. Portanto, paciência é uma virtude essencial ao aprender como plantar pimentas.

Passo 4: transplantando as mudas de pimenta para o local definitivo

A quarta etapa do nosso guia de como plantar pimentas envolve o transplante cuidadoso das mudas que se desenvolveram a partir da germinação. Este é um momento de transição para as jovens plantas, que serão movidas do ambiente protegido da sementeira para seu local de crescimento permanente.

Quando e como transplantar a muda?

As mudas de pimenta geralmente estão prontas para o transplante quando possuem de 4 a 6 folhas verdadeiras (além dos cotilédones, as primeiras “folhas” que surgem) e um sistema radicular bem desenvolvido, mas antes que as raízes comecem a enovelar no recipiente de germinação.

O caule deve estar firme e a planta com aparência saudável. Evite transplantar em dias de sol muito forte ou calor excessivo; o final da tarde ou um dia nublado são ideais.

Aclimatação das mudas: preparando-as para o ambiente externo

Se as mudas foram cultivadas em ambiente interno protegido (dentro de casa ou em estufa), elas precisam passar por um processo de aclimatação, também conhecido como rustificação, antes de serem expostas permanentemente às condições externas (sol pleno, vento, variações de temperatura).

Comece expondo as mudas ao ambiente externo por algumas horas por dia, em local protegido, aumentando gradualmente o tempo de exposição e a intensidade da luz solar ao longo de 7 a 10 dias. Este processo fortalece as plantas e reduz o choque do transplante, sendo crucial para o sucesso em como plantar pimentas.

Cuidados ao retirar a muda do recipiente de germinação

Manuseie as mudas com cuidado, segurando-as preferencialmente pelas folhas ou pelo torrão de terra, e não pelo caule delicado. Se estiverem em células individuais, gentilmente pressione o fundo para soltar o torrão. Se estiverem em um recipiente compartilhado, use uma pequena espátula ou colher para separá-las, tentando manter o máximo de raiz e solo intactos. Danos às raízes podem atrasar o desenvolvimento da planta.

O transplante da muda de pimenteira para o vaso definitivo é um passo crucial. Cuidado e carinho nesse momento fazem toda a diferença.
O transplante da muda de pimenteira para o vaso definitivo é um passo crucial. Cuidado e carinho nesse momento fazem toda a diferença.

Espaçamento Ideal entre as plantas em vasos

O espaçamento adequado é vital para garantir que cada planta receba luz solar suficiente, circulação de ar e nutrientes. Para a maioria das variedades de pimenta, um espaçamento de 45 a 60 cm entre as plantas em canteiros é recomendado. Variedades maiores podem precisar de mais espaço. Se estiver aprendendo como plantar pimentas em vasos individuais, o tamanho do vaso já define o espaço. Se for plantar várias mudas em um vaso grande ou jardineira, respeite um espaçamento similar ao do canteiro.

Profundidade correta de plantio da muda

Ao transplantar, plante a muda de pimenta na mesma profundidade em que estava crescendo no recipiente de germinação, ou no máximo cobrindo levemente a base do caule se ela estiver um pouco estiolada (algumas variedades de pimenta podem desenvolver raízes adventícias no caule enterrado, mas não exagere).

Firme levemente o solo ao redor da base da muda e regue bem após o transplante para assentar o solo e reduzir o estresse hídrico. Esta é uma prática padrão sobre como plantar pimentas.

Passo 5: localização e luminosidade

Chegamos à quinta etapa essencial para quem deseja saber como plantar pimentas e obter sucesso: a escolha estratégica da localização e a garantia de luminosidade adequada. As pimenteiras são amantes do sol, e a quantidade de luz solar direta que recebem influencia profundamente seu desenvolvimento, a intensidade da floração e, por fim, a qualidade e quantidade da sua colheita.

Quantas horas de sol direto as pimentas precisam diariamente?

As pimenteiras são plantas que amam o sol. Para um desenvolvimento ideal e uma boa produção de frutos, a maioria das variedades necessita de, no mínimo, 6 a 8 horas de luz solar direta por dia.

Em locais, onde a incidência solar é geralmente alta, é importante monitorar para que, no pico do verão, um sombreamento parcial nas horas mais quentes (entre 11h e 15h) possa ser benéfico, evitando queimaduras foliares. No entanto, a regra geral sobre como plantar pimentas é: quanto mais sol (dentro do razoável), melhor.

Passo 6: regando as suas pimentas corretamente para que elas cresçam saudáveis

A sexta etapa deste guia sobre como plantar pimentas aborda um dos aspectos mais vitais e, por vezes, desafiadores do cultivo, a rega. Fornecer a quantidade correta de água, com a frequência adequada, assegura a preservação da hidratação necessária para as funções vitais da planta, sem contudo criar um ambiente propício ao desenvolvimento de doenças.

A frequência ideal de rega

Não existe uma regra fixa para a frequência de rega, pois ela depende de diversos fatores como o tipo de solo (solos arenosos secam mais rápido que os argilosos), o tamanho da planta e do vaso, a temperatura ambiente, a umidade do ar e a intensidade do sol.

O regador manual é prático e mais indicado para a rega de pimenteiras. Direcione a água para a base da planta, evitando molhar excessivamente as folhas.

O objetivo é manter o solo consistentemente úmido, mas nunca encharcado. Deixar o solo secar levemente entre as regas é geralmente benéfico, pois estimula o crescimento das raízes da pimenta em busca de água e ajuda na aeração. O excesso de água é mais prejudicial do que a falta moderada, podendo levar ao apodrecimento das raízes.

Verificando a umidade do solo antes de regar

A melhor maneira de saber se suas pimenteiras precisam de água é verificar a umidade do solo. Para as pimenteiras plantadas em vasos, você também pode sentir o peso; vasos mais leves geralmente indicam que o solo está seco. Ao aprender como plantar pimentas da forma correta, você desenvolverá um feeling eficaz para essa tarefa.

Melhores horários para regar as pimenteiras

O ideal é regar no início da manhã ou no final da tarde. Regar pela manhã permite que as plantas absorvam a água durante o dia, quando a fotossíntese está ativa, e que o excesso de umidade nas folhas seque rapidamente com o sol, reduzindo o risco de doenças fúngicas.

Regar no final da tarde também é uma boa opção, pois minimiza a evaporação e permite que as plantas se reidratem durante a noite. Evite regar sob sol forte ao meio-dia, pois a água pode evaporar rapidamente e gotas nas folhas podem causar queimaduras.

Passo 7: adubação e nutrição das mudas de pimentas

Avançando para a sétima etapa do nosso manual de como plantar pimentas, é preciso pensar na nutrição vegetal. Assim como seres vivos necessitam de uma dieta balanceada, as pimenteiras requerem um suprimento adequado e equilibrado de nutrientes para sustentar um crescimento vigoroso, uma floração exuberante e, o mais importante, uma produção farta e saborosa de frutos.

Entendendo as necessidades nutricionais das pimenteiras

Os macronutrientes primários, conhecidos pela sigla NPK, são Nitrogênio (N), Fósforo (P) e Potássio (K). O Nitrogênio é crucial para o crescimento vegetativo (folhas e caules). O Fósforo é importante para o desenvolvimento das raízes, flores e frutos. O Potássio contribui para a saúde geral da planta, resistência a doenças e qualidade dos frutos.

Além destes, as pimentas também necessitam de macronutrientes secundários (Cálcio, Magnésio, Enxofre) e micronutrientes (Ferro, Manganês, Zinco, Cobre, Boro, Molibdênio) em menores quantidades, mas igualmente importantes. Um solo rico em matéria orgânica geralmente fornece uma boa base desses nutrientes.

Tipos de adubos ideais e práticos para pimenteiras em vasos domésticos

A escolha do adubo certo é fundamental para o sucesso de como plantar pimentas em vasos. É importante buscar opções que sejam eficazes, práticas para o ambiente doméstico e que minimizem riscos de erros. os adubos orgânicos mais indocados para o plantio das pimenteiras em vasos são:

  • Composto orgânico e húmus de minhoca: são excelentes para incorporar ao substrato no momento do plantio e como cobertura superficial (top dressing) ocasional. Fornecem nutrientes de forma gradual, melhoram a retenção de umidade e a aeração do substrato, além de introduzirem vida microbiana benéfica;

Leia nosso artigo sobre compostagem caseira.

  • Torta de mamona e farinha de ossos: São fontes concentradas de Nitrogênio (torta de mamona) e Fósforo/Cálcio (farinha de ossos). Devem ser usados com moderação, misturados ao substrato inicial em pequenas quantidades, ou como adubação de cobertura muito esporádica em vasos maiores, pois o excesso pode ser prejudicial. A torta de mamona pode ser tóxica para pets e crianças.

Observar atentamente suas plantas e responder prontamente com os ajustes nutricionais corretos é uma parte essencial de como plantar pimentas com sucesso em vasos dentro de casa.

8. Colheita e armazenamento das Pimentas

Superada a fase do plantio, chegamos a gratificante etapa de como plantar pimentas, o momento da colheita e as técnicas para preservar os sabores e aromas dos seus frutos. Colher no ponto certo e saber como armazenar suas pimentas garantirá que todo o seu esforço e dedicação se traduzam em ingredientes de alta qualidade para suas criações culinárias.

O ponto Ideal de colheita para cada variedade de pimenta

Identificar o momento ótimo para a colheita é uma arte que se refina com a observação e o conhecimento das particularidades de cada pimenta, sendo um aspecto crucial para quem aprende como plantar pimentas e almeja o máximo de sabor, aroma e, quando desejado, ardência.

Embora o ponto exato possa variar significativamente entre as inúmeras variedades existentes, existem indicadores gerais consistentes que nos auxiliam a determinar quando os frutos estão prontos para serem colhidos do pé, atingindo o auge de suas características:

A transformação da cor é o principal indicador visual

Este é, frequentemente, o sinal visual mais evidente e confiável da maturação. A grande maioria das pimentas passa por uma notável transição de cores à medida que amadurece. Geralmente, iniciam-se verdes e, conforme os açúcares se desenvolvem e os pigmentos se formam, evoluem para tonalidades vibrantes como amarelo, laranja, vermelho intenso, roxo profundo ou até mesmo marrom achocolatado, dependendo da genética específica da variedade.

Atingir a cor final plenamente desenvolvida e característica da cultivar é um forte indicativo de maturação completa. É neste estágio que, em geral, os açúcares naturais estão mais concentrados e o perfil de sabor e ardência da pimenta atinge seu pico de expressão.

Tamanho e formato plenos

Antes mesmo da mudança completa de cor, ou ocorrendo simultaneamente a ela, os frutos devem alcançar o tamanho e o formato típicos esperados para aquela cultivar específica. Pimentas que visivelmente pararam de crescer e já exibem as dimensões máximas e a forma característica da sua variedade estão se aproximando do ponto ideal de colheita. Um fruto que não atingiu seu tamanho pleno pode não ter desenvolvido completamente seu sabor ou ardência.

Firmeza e textura da casca ao toque

Pimentas prontas para a colheita, na maioria das variedades, apresentam uma textura firme ao toque e uma casca lisa e, muitas vezes, brilhante. Ao serem pressionadas levemente entre os dedos, devem ceder muito pouco ou nada, transmitindo uma sensação de fruto sadio, crocante e túrgido (cheio de água).

Deve-se evitar colher frutos que estejam excessivamente moles, enrugados prematuramente (a menos que seja uma característica da variedade, como em algumas super ardidas) ou com aparência opaca, pois isso pode indicar que estão passados do ponto ou com algum problema.

Desenvolvimento progressivo do sabor e ardência

É fundamental compreender que tanto o sabor quanto o nível de picância (a concentração de capsaicina) podem se alterar e se intensificar significativamente durante todo o processo de amadurecimento na planta. Geralmente, pimentas colhidas quando completamente maduras (ou seja, após a mudança total de cor) tendem a ser mais adocicadas (no caso das variedades doces e também em muitas picantes, que desenvolvem um fundo adocicado) e a expressar o máximo de sua ardência característica.

Contudo, há exceções importantes ditadas pela preferência de consumo e uso culinário. Algumas variedades, como a popular Jalapeño ou a Serrano, são frequentemente apreciadas e colhidas ainda verdes, contanto que já tenham atingido o tamanho pleno. Nesta fase, oferecem um sabor mais herbáceo e fresco, com uma picância geralmente mais suave em comparação com os mesmos frutos deixados para amadurecer completamente e ficarem vermelhos.

Facilidade de destaque do fruto (observação adicional):

Em algumas variedades de pimentas, quando os frutos estão perfeitamente maduros, o pedúnculo (o cabinho que prende o fruto à planta) pode se soltar do galho com um pouco mais de facilidade, bastando uma leve torção ou puxão para cima.

Algumas pimentas são colhidas “de vez” (quase maduras, começando a mudar de cor), enquanto outras atingem a perfeição de sabor e ardência apenas com a maturação completa na planta. Não hesite em experimentar colher alguns frutos em diferentes estágios (sempre após o pleno desenvolvimento do tamanho do fruto) para descobrir o seu ponto de preferência pessoal para cada tipo de pimenta em sua horta caseira.

Colhendo as pimentas corretamente para não danificar a planta

Use uma tesoura de poda afiada ou um canivete para cortar o pedúnculo (o cabinho) da pimenta, deixando um pequeno pedaço dele preso ao fruto. Evite puxar as pimentas com as mãos, pois isso pode danificar os galhos da planta ou arrancar ramos inteiros, prejudicando futuras produções. Este cuidado é parte essencial de como plantar pimentas corretamente sem trazer prejuízos para a planta.

Colher regularmente estimula novas floradas

Colher os frutos maduros regularmente envia um sinal para a planta de que ela pode continuar produzindo. Se os frutos forem deixados na planta por muito tempo após a maturação, a planta pode reduzir ou interromper a produção de novas flores e frutos, pois “entende” que já cumpriu seu ciclo reprodutivo.

Portanto, colheitas frequentes são um estímulo para uma produção contínua, especialmente para quem busca maximizar os resultados de como plantar pimentas.

Sua jornada no cultivo de pimentas apenas começou

Chegamos ao final deste guia, porém, a sua jornada no plantio de pimentas em casa está apenas começando. Esperamos que você se sinta inspirado e capacitado para iniciar ou aprimorar seu próprio cultivo.

O sucesso em como plantar pimentas reside na atenção aos detalhes, sementes e mudas de qualidade, solo rico e drenado, germinação cuidadosa, transplante no momento certo, luz solar, rega equilibrada, e uma adubação nutritiva para uma colheita no ponto ideal. Dominar como plantar pimentas envolve dedicação a esses fundamentos.

Não tenha medo de experimentar, comece com variedades fáceis, depois aventure-se com tipos diferentes. Cada variedade tem sua personalidade, tornando o aprendizado do plantio de pimentas sempre interessante.

E você já começou a plantar suas pimentas em casa? Conte nos comentários.

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